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27 fevereiro 2015

A lição que podemos tirar ao ler 50 Tons de Cinza


Sabe quando você começa a ler um livro sem muitas expectativas? Lê apenas por ler. Lê apenas para conhecer mais um best-seller tão falado ultimamente. Eu decidi ler 50 Tons de Cinza apenas por esses motivos. Imaginava que seria uma obra completamente vazia de conteúdo, preenchida apenas com narrativas eróticas exageradas.

Não vou mentir. Nos primeiros capítulos, tive vontade de desistir de continuar a leitura. Muito sexo, pouca história. Mas decidi terminá-lo e, para minha surpresa, comecei a verdadeiramente me apaixonar por esse romance.

Primeiro porque a autora consegue descrever a personagem de uma mulher insegura e sonhadora que, na minha opinião, representa um pouquinho de todas nós. Anastasia (a protagonista da história) nada mais é do que uma mulher a procura de um amor verdadeiro, de um homem que a proteja e a deseje intensamente. 

Mas, muito além disso, ela é uma mulher que procura um homem que desperte nela os seus desejos mais íntimos. Desperte aquela paixão fulminante, sabe? Capaz de fazer uma mulher topar tudo na cama. Tudo pelo prazer do homem que ela ama. 

E fala, sério, meninas! Tem coisa mais gostosa na vida do que a gente desejar alguém que nos deseja da mesma forma? De maneira sublime e intensa? O nome disso é paixão. Paixão avassaladora. 

E 50 Tons de Cinza narra exatamente isso. Uma paixão maior que tudo. Uma paixão que faz uma mulher se submeter até mesmo à dor para dar prazer ao homem que ela ama. 

Se eu acho isso errado? Quem sou eu para achar qualquer tipo de relacionamento errado? Até que ponto entre 4 paredes fazemos algo errado? Na verdade, acredito que quando o prazer é recíproco e verdadeiro tudo é permitido. Porém, existem limites. E esses limites estão em nossas cabeças. Esse é o ponto chave dessa obra. Vale a pena sentir dor para dar prazer ao homem que amamos? Será que vale mesmo? Será que tamanha submissão não significa perdermos o nosso amor próprio, a nossa dignidade como mulher? Cada cabeça é um mundo. E na mente da Anastasia, ser uma submissa de um homem lindo e maravilhoso, um verdadeiro Deus Grego na Cama, atingia seus valores morais e, acima disso, o amor a si mesma.

Tenho certeza que muitas mulheres na pele dela não questionariam nenhuma das regras impostas por Christian Grey. Por quê? Porque ele é podre de rico, porque ele é extremamente bom de cama, porque ele é famoso, porque ele é lindo e porque ele se mostra um homem capaz de proteger a mulher amada de qualquer risco. Mas é aí que entra toda a contradição dessa história.

Christian, que poderia ser o príncipe de qualquer mulher, tem prazer em machucar fisicamente sua submissa. E, mesmo apaixonado por Anastasia, essa sua característica não muda. Qualquer atitude dela que o irritasse, acarretava punições físicas e também sexuais. Algumas punições posso até mesmo dizer que são narradas de maneira bastante prazerosas, fazendo nós, leitoras, acreditarmos que algumas palmadas e até chicoteadas podem trazer um prazer imenso na hora do sexo. Será? Eu, pelo menos, nunca provei de nada disso. Mas a obra deixa na imaginação de toda mulher que a lê que a dor talvez possa trazer um prazer bem especial sim.

Entretanto, como toda história de amor tem seu lado triste e sofrido, Anastasia começa a perceber que esse "conto de fadas" não passa de uma história com um "triste fim". Ela percebe que seu príncipe na verdade é um sapo e que a dor, por mais que muitas vezes lhe trouxesse momentos intensos de prazer, poderia ter altos níveis de sofrimento. Sofrimento não apenas na pele, mas também no coração.

Aí, chega a hora que cai a ficha: "Será que eu realmente preciso passar por isso? Será que eu realmente mereço apanhar para ser desejada por alguém? Será que eu tô jogando fora o meu amor próprio por um homem que inclui regras e punições em nosso relacionamento?" 

E quantas e quantas de nós já não passamos por relacionamentos assim, hein, meninas? Não me refiro literalmente à submissão narrada no livro. Me refiro ao tempo que perdemos ao lado de homens que nos machucam com palavras e atitudes que ferem nossa alma. 

Esse livro deixa essa pergunta no ar. Nesse primeiro volume da coleção (que contém 3 obras), Anastasia não suporta mais se submeter a essa situação e abandona o grande amor da sua vida por perceber que estava jogando fora a sua dignidade e amor próprio.

Amei o fim da história. Amei a coragem de Anastasia. E amei mais ainda a pergunta que esse livro deixa no ar: "Até que ponto vale a pena você estar ao lado de alguém que lhe machuca?". Fica aqui a reflexão para todas nós.

Eu também assisti ao filme, mas o livro é mil vezes melhor. Abaixo, algumas cenas do que está nas telinhas!







Beijos e espero que tenham gostado da minha percepção sobre a obra. Fiquem à vontade para descordar ou acrescentar novas opiniões, Patys! ;)

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